Antígona - Sófocles
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Antígona, por Frederic Leighton(1830–1896) |
Nossa aventura no tempo com a nossa querida Tardis nos deixa exatamente
na cidade Tebas, mas dessa vez não vamos falar sobre o imperador Édipo e sim,
de seus filhos que teve com Jocasta, mais conhecida como sua mãe pra quem não
conhece as histórias de Édipo, e quem quer saber mais, pode pegar outra carona
na nossa Tardis pra conferir:
Mas voltando agora, iremos mostra a você querido leitor, a história de Antígona.
Começamos falando de um personagem muito importante, Édipo que era o rei de Tebas e teve com Jocasta
dois meninos Etéocles e Polinice, e duas meninas Antígona e Ismênia. Seus dois
filhos homens receberam de seu pai o seu legado, mas como dividir um trono
entre duas pessoas? Foi então que os dois irmãos firmaram um acordo de que um
ano onde Etéocles iria assumir a cidade e no seguinte seu irmão Polinice tomava seu
lugar e assim por diante, entretanto, Etéocles não cumpriu o acordo, continuando
assim no poder de Tebas. Foi então que Polinice decidiu sair de Tebas e foi para
a cidade inimiga Argos e se casou com a filha do rei
Adrasto chamada Argia, que o convence a lutar pelo seu trono que lhe era de
direito. Logo, junto ao rei de Argos armam um
ataque a Tebas, o que resultou em uma guerra onde os irmãos morrem um pela mão
do outro deixando assim o trono livre, e como naquela era um período patriarcal,
as irmãs Antígona e Ismênia não poderiam assumir mesmo sendo filhas de Édipo,
sendo assim, o parente mais próximo era o irmão de Jocasta e tio de Antígona e
Ismênia, Creonte. O novo rei diante da situação resolve acabar com o conflitos
ficando ao lado do falecido Etéocles que
devia ter um cerimonial digno de que morreu defendendo a cidade de seu irmão do
qual Creonte considerou um traidor por ter saído de Tebas e assim, como lei,
proibiu que o corpo de Polinice tivesse um túmulo devido, o que significava que ele não teria uma transição
adequada ao mundo dos mortos e então
deixou seu corpo jogado nos portões de Tebas para que fosse dilacerado pelas aves e junto um guarda para que cuidasse que o
castigo seria cumprido. É a partir
desses fatos através de Antígona que a história começa e se desenrola em seu prólago.
“Convém não esquecer ainda que somos mulheres, e como tais, não podemos lutar contra homens; e, também, que estamos submetidas a outros, mais poderosos, e que nos é forçoso obedecer a suas ordens, por muito dolorosas que nos sejam. ”
Logo após sua discursão com sua irmã, é vindo
a informação a Creonte de através do homem pobre que era um dos guardas de que
o corpo de Polinice havia sido sepultado e sumido por um desconhecido. Creonte
munido de raiva acusa o guarda de ter se vendido por dinheiro e depois diz
respeito a quem quer que tenha feito este ato:
“Não há, para os homens, invenção mais funesta do que dinheiro! Ele é que corrompe as cidades, afasta os homens de seus lares, seduz e conturba os espíritos mais virtuosos, e os arrasta à prática das mais vergonhosas ações!”
“Não há, para os homens, invenção mais funesta do que dinheiro! Ele é que corrompe as cidades, afasta os homens de seus lares, seduz e conturba os espíritos mais virtuosos, e os arrasta à prática das mais vergonhosas ações!”
Dito
isso, Creonte libera o guarda que se dizia inocente para que ele pudesse sair atrás do verdadeiro
culpado, e já na cena seguinte
entra o guarda com Antígona, onde há um conflito de ideias e ideais na parte
entre Creonte e Antígona que seguia o lado espirituoso levando em considerações
às leis divinas que seriam superiores as outras leis impostas na terra e
Creonte movido pelo poder da sua razão. No fim ambos continuam com suas crenças e Antígona confessa o seu crime que logo após é condena a morte por Creonte
mesmo com a insistência de Ismenia que também será condenada mesmo sem ter
participado do ato.
A partir daí surge o filho de Creonte, Hémem, futuro
marido de Antigona que defende os argumentos de sua amada mesmo indo contra seu
pai que não lhe dá ouvidos por já estar tomado pela força do poder. Nesse momento
de diálogo entre os dois, Hémem ameaça morrer junto com Antígona que depois é
levada a uma tumba e iria permanecer lá até morrer, o que de fato acontece,
fazendo com que Hémem cumprisse suas palavras ao ser encontrado morto depois e
gerar assim uma tristeza capaz de fazer sua mãe e mulher de Creonte se matar
também. Após essa sequencia de fatos, o rei muito abalado diz ao coro:
“Ai de mim! De tanta infelicidade, eu bem que sou o autor, nem poderiam elas nunca ser atribuídas a outro, fui eu, eu somente, eu, este miserável, que os matei... Servos... Levai-me depressa... Levai-me para longe... eu não vivo mais!... eu estou esmagado”
A tragédia chega ao fim com as falas do rei se lastimando por ser tão
imprudente e seu coro lhe consola juntamente com o corifeu que lhe deu
conselhos durante toda a história mas que o rei deixou de lado e não ligou para
as maldições e avisos do adivinho Tirésias dados até nossa história acabar assim.
Um
triste e reflexivo fim não é mesmo queridos viajantes da nossa Tardis?
Sobre
essa obra que acabamos de ver, podemos notar que ela lida de forma muito
dinâmica sobre os ditames morais de Creonte representando a parte autoritária e
de Antígona com sua dignidade moral assim como a representação dos conflitos de
direitos que ambos acreditam. Também é tratada com muita importância maior para
aqueles tempos a grande representação da mulher como Antígona que prevalece durante
toda a história contra uma cidade inteira e que mesmo sua irmã falando que
mulheres não podem fazer nada contra os homens de um ato cargo ela insistiu sem
medo de o afronta-lo!
E
se você ainda estiver curioso sobre Antígona, aqui vai algumas curiosidades:
- Em 1996 foi apresentado o espetáculo Antígona no Teatro Municipal de São Paulo com a tradução da SBAT e dirigido por Benjamin Cattan.
- A peça é composta de cinco episódios; cinco estásimos, que são as entradas do coro em cena trazendo informações ao público sobre o assunto da peça; e o êxodo, parte final.
- A tragédia faz parte da Trilogia Tebana onde podemos ver mais histórias sobre Tebas e Édipo como rei.
- A obra é considerada de grande importância para o direito, pois apresenta claramente embate entre o direito natural e o direito positivo.
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