As Bacantes - Eurípides

As Bacantes
Nossa tardis agora nos leva até o encontro do Dionísio neste momento ao lado do túmulo de sua mãe Sêmele, humana em que Zeus teve relações traindo Hera e dando origem a Dionísio sem que ela soubesse. Hera matou Sêmele fazendo com que ela pedisse a seus que mostrasse sua forma divina e assim Sêmele foi transformada em pó antes mesmo de dar origem a Dionísio que só nasceu por ter sido resgatado por Zeus onde em segredo fecundou Dionísio em sua coxa.
A morte de Sêmele (Peter Paul Rubens ca. 1640, oil on canvas)

A cena começa com Dionísio enfurecido na cidade de Tebas, onde volta para assim possa vingar sua mãe, que morreu sendo vista pela suas irmãs Agave, Autónoe e Ino mais seu pai Cadmo acusam-na como uma mentirosa que não revelou a identidade verdadeira do pai pois não acreditavam que seria Zeus.

Dionísio
Dionísio por ter sido rejeitado por sua família mortal da casa real de Cadmo, após viajar por toda Ásia e outras terras reúne devotas chamadas de As Bacantes ou Mênades, e chega até Tebas disfarçado como forasteiro loiro. E junto com as bacantes faz rituais dançando e caçando o que seria um horror para as famílias pois as bacantes eram vistas com mal olhos.

Acontece então que Cadmo e Tirésias mesmo não enfeitiçados pelo deus como as mulheres se interessam por esses rituais báquicos e são pegos pelo rei Penteu fantasiados, onde nesse momento Penteu declara proibição aos cultos por toda a cidade de Tebas. Nisso Dionisio é pego ainda disfarçado como o sacerdote dos rituais e é interrogado por Penteu que não acredita que ele é um deus e fica interessado pelos rituais que não lhe são revelados e é então que ele se enfurece e manda prender Dionísio. Mas que por ser um deus, consegue fugir da prisão com facilidade e então destrói o palácio de Penteu. Logo após aparece um pastor que entra em cena para informar ao rei que as bacantes estão na região do monte Citéron realizando feitos incríveis e inacreditáveis e já que estavam sob feitiços do deus poderiam até mesmo fazer vinho, leite, água brotar sob o solo.

Penteu sendo atacado pelas bacantes.

É então que Dionísio querendo punir Penteu pela proibição dos seus rituais convence ele a se vestir como mulher para que pudesse ver o que afinal acontecia nesse ritual sem ser visto e assim lhe dá um Tirso e peles de cervo. Penteu pela presença do deus começa a ver tudo dobrado e é então feita a revelação que após isso onde foi visto escalando uma árvore para que pudesse ver melhor as bacantes mas chegando ao topo da árvore Dionísio lhe entrega para as bacantes apontando para ele e assim logo elas arrancam Penteu da árvore e rasgam seu corpo.

A vingança se dá por feita quando Agave,  umas das irmãs de Sêmele que estava possuída no ritual arranca a cabeça de Penteu por achar que fosse a cabeça de um leão da montanha e a leva para seu pai Cadmo para que ele visse como ela era corajosa e teve sucesso em sua caçada, porém, logo ao ver a cara de seu pai horrorizado Agave percebe o que fez com a sua família que logo após disso é destruída e ela e as irmãs são exiladas.

No ato final da peça, Dionício volta para cuidar de Cadmo e o castiga junto com a sua esposa transformando eles em serpentes.



Curiosidades:
Bacante segurando um tirso.
  • As bacantes carregavam um tirso como espécie de arma que era um bastão envolvido em hera e ramos de videira e encimado por uma pinha.


  • Dionísio é marcado por sempre apresentar a dualidade do homem e deuses, mulheres, animais e estrangeiro.


  • Dionísio se coloca em todas as cenas na peça e quer ser aceito no meio dos homens.

  • É considerada uma grande peça que já recebeu várias encenações.


Citação:

“Ah! Qualquer que seja ele, este Deus, ó senhor, acolhe-o em tua cidade, pois ele é grande em todos os aspectos e, sobretudo, ao que diz, aos mortais ele deu como presente a vinha, que adormece as nossas dores. Ora, sem o vinho, como ficaria o amor, que charme restaria aos mortais?”(EURÍPIDES. As Bacantes, v. 677- 681).

“Mostra-te como touro como serpente de muitas cabeças, ou como leão vem, ó Dioniso, com rosto sorridente!”(EURÍPIDES. Bacantes, v. 112-115).



Avaliação:

É uma obra muito boa para que possamos ver a figura de Dionísio de uma forma bem explorada lhe mostrando suas características festivas e a forma de ser visto com tantas representações diferentes em uma peça.

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